Universidade Bauhaus Weimar

Quando: 20 de abril a 13 de julho de 2022
Onde: Remoto (Weimar, Berlim)
Instituições: Universidade Bauhaus Weimar
Facilitador: Vanessa Ramos-Velasquez
Sessão: 13 encontros de 2 horas cada = 26 horas

 

De 20 de abril a 13 de julho de 2022, nosso grupo de 9 a 12 pessoas se reuniu semanalmente para compartilhar perspectivas e aprender sobre si mesmo, o outro e a filosofia xamânica amazônica por meio do Pre-Texts protocolo, com o livro “A Queda do Céu” de Davi Kopenawa Yanomami/Bruce Albert.

Até o início de junho, nos encontrávamos online por duas horas cada sessão. Estas sessões tiveram as seguintes atividades:

– Folhas ou Tangentes de “The Falling Sky”.
Refletindo sobre essas escolhas, o grupo optou por fazer mais Tangentes (8) do que Folhas (5). O grupo realmente gostou de compartilhar suas tangentes e memórias sobre essas contribuições. Em relação às discussões, tivemos tempo suficiente nas sessões para oferecer até 5 minutos para cada participante falar. Eles costumavam usar 3 minutos para se expressar. Quando um tópico era um assunto polêmico, a discussão gerava um vaivém que o moderador tinha que intervir, mas sem estresse. A experiência foi muito positiva para todos. O envolvimento com o texto foi muito genuíno.

– Atividades artísticas enquanto leio trechos de “The Falling Sky” para o grupo.
O grupo experimentou desenho, colagem, destaques de palavras, gravações de paisagens sonoras, desenvolvimento de ideias de filmes, atividades diversas, poesia black-out, diversas atividades em papel ao ar livre no parque. Essas atividades ajudaram o grupo a liberar seu potencial criativo sem julgamentos. Sua experimentação com mídias e formatos artísticos envolvendo as palavras de um xamã lidas para eles levou a uma maneira não hierárquica de explorar seus próprios sentidos.

– Discutir as questões ao texto.
Compilei todas as “perguntas ao texto” que os alunos postaram no chat na primeira sessão, e discutimos uma dessas questões em cada sessão. Achamos esse protocolo muito útil para aprofundar as primeiras impressões do texto de Kopanawa, enquanto os alunos trabalhavam suas próprias posições filosóficas em relação à natureza e outros temas, como a morte, a destruição da floresta, o espaço dos sonhos, a prática da nomear uma pessoa, identidade, religião, como se aprende, qual é a expectativa de Kopenawa em relação aos brancos após a leitura de seu texto. Foi muito útil para todos nós ver essas posições mudando e crescendo enquanto aprendíamos com Kopenawa, o professor da floresta.

– Exercícios de exploração da etnografia sensorial para a realização de filmes.
Minha proposta para o curso foi trabalhar o texto de Kopenawa via Pre-Texts, ao mesmo tempo em que desenvolve um curta-metragem. Eu havia proposto que recolhêssemos nossas impressões textuais corporificadas (desenhos, colagens etc.) Em apoio a essas atividades e para abrir o conceito de natureza, ofereci um breve estudo da disciplina de Etnografia Sensorial. Também usamos Folhas e Tangentes como forma de calibrar nossos sentidos além da visão e do som, o meio clássico do meio cinematográfico. Assim, ofereci 5 sessões de laboratório em formato de workshop para explorar o conceito de cinema multissensorial, tátil e a pele do filme, tentando trazer todos os sentidos ao mesmo nível. Além disso, focamos no conceito de perspectiva na natureza. Perspectiva de quem, ao criar uma narrativa?

Refletindo sobre toda a experiência do grupo, o que se destacou foram as amizades que se formaram, cada aluno apoiando um ao outro enquanto desenvolvia suas ideias de filmes, conversando sobre desafios, enquanto refletia sobre a filosofia radicalmente diferente e o conceito de natureza do mundo “ lá fora” na floresta. A aproximação com o mundo amazônico por meio dessas atividades e reflexões semanais ampliou nossas perspectivas. As atividades artísticas potencializaram os valores compartilhados, como a solidariedade, a empatia, a resiliência, a teia de relações de afinidade e o desenvolvimento de uma maior consciência sobre a história e os desafios de quem vive na floresta.

Concluímos o curso com uma revisão dos filmes por pares em uma noite de exibição de filmes, onde comemoramos nossos três meses juntos e também criamos uma exibição pública online dos filmes, que ainda estão disponíveis.

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